Minhas dificuldades de aprendizagem

Todos nós passamos por processos de aprendizagem, mas gostaria de contar um pouco minha experiência de diversos colégios, faculdade, pós e em casa também.
Iniciei o maternal em 1989 no Colégio Sagrada Família em Brasília-DF, onde permaneci até o mês de junho de 1992, tudo corria bem por lá.  Com a mudança da minha família para Teresópolis, mudei para a Escola George March, onde o ensino era diferente do que eu tinha em Brasília. Neste momento começou a surgir as dificuldades.
Para conseguir acompanhar a turma eu precisava de aulas de reforço, nas férias de julho de 1992 seriam dadas pela minha professora mas, por ter uma tia com curso normal, ela convenceu minha avó não gastar dinheiro com a professora. O reforço não aconteceu, pois ela ia me dar aulas na companhia de seus 3 filhos, além disso minha avó não ficou me acompanhando, precisou ir para Fortaleza ajudar minha tia que teve um filho prematuro.
O segundo semestre iniciou e as dificuldades aumentaram, pois minha avó que me ajudava nas tarefas estava ainda viajando e a tia não se dispunha a ajudar, já que seus filhos não necessitavam de auxílio. Concluí com muitas dificuldades o I ano. Ao iniciar o segundo ano ficou claro que eu não acompanhava a turma e logo iniciou o trabalho de uma professora particular. No final do ano estava de recuperação final em 3 matérias (português, matemática e inglês), mas com o auxílio incansável de minha avó, da professora particular Claudinha, concluí mais essa etapa.
Mudei no início do terceiro ano para o Centro de Ensino Moderno (CEM) e lá permaneci até o terceiro ano do ensino médio. O auxílio de professores particulares foi constante, e da minha avó na execução das tarefas de casa. As dificuldades foram se mantendo, contudo nunca reprovei. Sempre tivemos indicações da escola para psicoterapia e fonoaudióloga.
Conclui o terceiro ano do ensino médio no Colégio Estadual Campos Salles, pois fiz o vestibular do meio do ano para avaliar como seria e acabei sendo aprovada para Fisioterapia. Minha família e eu concordamos que anteciparia e adiantaria 6 meses de minha formação, então para poder conciliar a faculdade e terminar os estudos, precisei estudar a noite. Na teoria era para correr tudo bem, porém não foi o que aconteceu, pois passava o dia todo estudando.
Na Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO) a dificuldade de aprender ficou ainda mais latente, afinal demorei 8 anos para concluir o curso de fisioterapia.
Durante o tempo de colégio as aulas eram de 50 minutos ou 100 minutos (aulas seguidas), mas na faculdade eram manhãs inteiras de mesmo assunto, longas conversas entre professor e aluno que desencadearam maiores dificuldades para mim. O que para muitos seria desinteresse, para uma professora chamou a atenção, ela suspeitou de Dislexia e me encaminhou a uma pedagoga ou fonoaudióloga, ainda no final de 2008. 
Como meus avós conheciam uma fonoaudióloga, a Thaís, marcaram rapidamente para fazer uma avaliação, que logo iniciou também um tratamento. A Thaís solicitou a avaliação de um neuro, pois suspeitou de TDAH. A consulta com o neuro resultou no início da Ritalina LA em minha vida. Com o uso da medicação e com o auxílio da Thaís, deslanchei na faculdade, contudo, com 8 meses aconteceu meu primeiro surto. Por sugestão do neuro retiramos a Ritalina LA e iniciamos tratamento com psiquiatra.
Foi com a ajuda da fono, professores e de muitos amigos que consegui concluir a faculdade, mas não apenas conclui, tirei 10 no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Iniciei em junho de 2012 a pós em Educação Especial e Inclusiva pela UNINTER, tive tratamento diferenciado nas provas devido ao TDAH, onde tinha a leitura das questões da prova e eu tinha que responder sozinha. Mais uma vez o TCC apareceu no meu caminho, eu tinha o tema e o que queria descrever, mas não conseguia desenvolvê-lo, a fono Thaís fez um cronograma e meu marido Rafael me ajudou a concluir o material e entreguei a tempo. Na pós não tive dificuldades nas provas e passei com o tempo normal do curso. Mais uma etapa concluída.
Posso dizer que enquanto não tinha o amparo e apoio necessário, sempre foi muito complicado avançar e com muitos desafios, mas no momento que encontramos o necessário, o desenvolvimento aconteceu naturalmente. 

E você, quais dificuldades passa hoje na escola, na faculdade, na pós ou nos cursos que realiza? Não exite em procurar ajuda, os profissionais nos potencializam a sermos mais do que imaginamos.

Comentários

  1. Vc é iluminada! Com toda dificuldade vc venceu e ajuda outras pessoas com o mesmo problema ou parecido como o nosso Pedrinho! Hoje se ele anda ( e consegue andar de chinelo) , escrever melhor é graças a vc que nunca desistiu dele! Fica meu agradecimento por tudo e tenho certeza que com seu blog vc ajudará muitas pessoas a se entenderem melhor

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  2. Tenho muito que agradecer, vocês todos acreditaram em mim e nele. 😍😍😍

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  3. Parabéns!!! Você é uma pessoa extraordinária e nunca teve medo de falar sobre você e mostrar que você é muito mais do que um diagnóstico clínico! Que Deus abençoe você e sua família e vocês cresçam ainda mais!! Bjbjbjbj

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  4. Incrível sua história, Mariah. Uma história de superação, mas de quem encontrou quem lhe desse apoio. Isso só pode ser possibilitado pela Graça Divina (todo esse apoio). Mas a sua dedicação é o máximo! Você merece muitas Alegrias na sua vida, sempre, por ser esta pessoa dedicada. E é claro, acredito que você, ao escrever toda esta história, e ao olhar pra sua vida, só pode se Alegrar com o que há de bom. Porque o que há de ruim a gente até chora, mas passa. Né? Um grande abraço pra você. Seja sempre essa menina determinada, dedicada a sua Felicidade.

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    1. Obrigada, tudo que escreveu é de fato o que acredito e tenho certeza que Deus me ajudou muito, a intenção do blog é de mostrar que se você quiser consegue independente de estiguimas. O impirtante é não desistir nunca.😘

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  5. Quanta admiração e orgulho tenho de te ver formada e exercendo o auxílio ao próximo com tanta dedicação. . .

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