Religião x Tratamento

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Em muitos momentos na nossa vida, a religião é o que nos ajuda a enfrentar o percalços que encontramos, porém na esquizofrenia a religião muita das vezes acaba atrasando e atrapalhando o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

Desde 2004, que eu me lembre, tenho delírios e ou alucinações, mas desde pequena apresento agitação e hiperatividade. "As visões" eram vistas pelos meus avós e mãe, no princípio, como algo que precisava de cura interior. 

Em 2005 passei a frequentar a igreja Metodista, e estas "visões" eram vistas por muitos como demônios. Entretanto, em 2009 quando tive um grave surto, meus avós me levaram a um psiquiatra, quando foi iniciado algum tratamento. Em 2012 casei e em 2015 tive mais um surto, onde as pessoas que frequentavam o grupo de oração que acontecia em minha casa, falaram mais uma vez ao meu marido que era espiritual. Neste momento, com o apoio da Andreia, amiga e psicóloga, meu marido foi alertado para buscar uma resposta do psiquiatra sobre o diagnóstico, pois o mesmo não mudava o tratamento e não fechava uma conclusão.

Em 2016 meu marido e eu resolvemos mudar os médicos que me acompanhavam, foi quando a endocrinologista também nos alertou para procurar outro psiquiatra. Neste mesmo ano, mas em junho, o diagnóstico de esquizofrenia paranoide nos foi apresentado. 
Hoje percebo que a religião da mesma forma que me ajudou a ter fé e acreditar que poderia melhorar, atrapalhou um diagnóstico que poderia ter sido dado precocemente. Poderia ter evitado vários surtos graves e até mesmo uma tentativa de suicídio.

Atualmente frequento com meu marido a paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Teresópolis, no entanto, ninguém fica dando opinião sobre o meu tratamento e poucos sabem do que realmente tenho, tudo para evitar perturbações. 

A imagem pode conter: 1 pessoaUma das vezes, se não me falho a memória, em agosto de 2015, uma pessoa mandou uma mensagem ao meu marido dizendo que eu estava com possessão, acredito que a ciência médica foi instituída por Deus e cabe aos médicos darem diagnósticos, não os leigos, se formos coerentes, muito sofrimento pode ser evitado.

Quem tem esquizofrenia sofre com os surtos e com as incapacidades. A igreja tem que ser apoio e não acusadora ou médica. Sou acompanhada por endocrinologista, psiquiatra, pneumologista e psicologo. 

A fé nos auxilia, mas não nos obriga ou nos deixa ignorantes. Somos realistas.

Comentários

  1. Foi assim mesmo!! Eu mesma ficava rezando o teço com a vovó quando ela tinha visões.
    KKKK!!!! Muito incrível!!!

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  2. Linda.......hoje entendo muito mais sobre o quê já passamos juntas.......Graças à Deus você tem um diagnóstico hoje e um tratamento coerente. . . Sinto muitas saudades.

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