Enfrentando meus surtos!
Tenho
estudado muito sobre os surtos na esquizofrenia e o meu ponto de vista em
relação a eles, não por uma teoria mais sim por viver o surto é que a cada novo
surto eu tenho que ter coragem pra me reconstruir, pois todo surto é tóxico
para o cérebro.
Acredito
que meu primeiro surto tenha ocorrido em 2004, quando fui internada por
apresentar “convulsões e/ou pseudocrises”. Nessa época comecei a enfrentar “vozes
e visões”, no entanto não conseguia distinguir e nem explicar o que eu estava
passando, até por me sentir acuada pelos médicos, toda a equipe do hospital e
por meus familiares. Lembro que nunca fui de briga mais após um deboche de um
colega de sala levei a coisa como sendo pra mim tão a sério que quase cheguei a
via de fato com um sujeito que dava dois de mim.
Foi
ai que no dia 25 de maio de 2009, depois de um inicio de ano conturbado e
estressante, as “visões e as vozes” ficaram claras e bem distintas. Lembro que
estava na inserção precoce na sala do RPG e entrei em pânico e sai correndo da sala
agarrada com meu amigo Flip, o qual eu não podia soltar se não eu explodiria e
acabaria explodindo a faculdade e matando muitos inocentes. As vozes me
ameaçavam e aterrorizavam dizendo que eu não prestava e que se eu continuasse viva
as pessoas não iriam se salvar, pois eu não tinha salvação e só fazia mal a
humanidade. Lembro que fiquei uma semana sem estudar trancada dentro de casa,
pois os anjos demoníacos tinham uma base onde me vigiavam em frente a casa onde
eu morava e cercaram para colocar um chip no meu ouvido para me explodir.
Minha
avó Mazé sempre tão dedicada, como nem eu nem ela dormia a duas semanas, ela
resolveu me levar a um psiquiatra. O psiquiatra entrou com antipsicóticos e
tranquilizantes. Eu como sempre gostei de estudar, depois de ter melhorado um pouco desse quadro agudo comecei a
questionar o psiquiatra por um diagnostico e o mesmo sempre se esquivava dessa
resposta.
Em
maio 2012 o psiquiatra fez o desmame
total das medicações, e em agosto outro
surto, nesse cheguei a jogar um copo na janela pra tentar atingir esses demônios
que estavam me ameaçando. Em 2013 depois de está sobrecarregada de trabalho e
estar bastante estressada por uma mudança radical na alimentação devido a
descoberta do diabetes tipo II, fui em direção ao vale da lua em obediência as
vozes tentando assim acabar com o sofrimento das pessoas que eu amo e da
humanidade. Pela misericórdia divina não consegui atentar contra minha vida.
Sempre
questionava o psiquiatra e ele sempre se esquivando, foi ai que em 2015 depois
de um Acidente Isquêmico Transitório mais um surto, mesmo com a utilização de medicação.
Em
junho de 2016 resolvemos mudar de psiquiatra e foi ai que nossas perguntas
foram esclarecidas e o diagnóstico de esquizofrenia paranoide fechado.
Há
um ano estou estável e sem surtos, às vezes como qualquer ser humano não acordo
bem e meu marido acaba ficando comigo.
Hoje
mesmo sem surto eu ouço vozes e vejo pessoas mais elas na maioria das vezes não
me incomodam e nada de que uma boa música não consiga resolver e me auxiliar a
realizar as tarefas do dia a dia, criar foco e diminuir a agitação.
Hoje
sei que cada surto deixa sua marca pois as psicose são toxicas ao tecido neural, atualmente com o blog consigo focar 8 horas de estudo direto, com 2 horas de almoço e 20 minutos de
lanche.
Acredito
que a falta de diagnostico era um fator estressante que me levava a ter novos
surtos, hoje como sei o que tenho consigo saber onde é meu limite e quando
preciso parar. A esquizofrenia não me defini e nem me rotula me chamo Mariah Aragão
das Neves, formada em fisioterapia, pós-graduada em educação Especial e inclusiva,
fundadora do blog mariahnomundo.
Fantástico, não aceitar rótulos e lutar incodicionalmente pelo retorno, pelo recomeço!
ResponderExcluirObrigada tia. Temos que lutar sempre pra não sermos rotulados.
ExcluirOlá, Mariah. Parabéns!! Acabei de postar este seu link em minha página do Facebook. https://www.facebook.com/sobreesquizofrenia/ - Rótulos são para produtos e não para pessoas!! Abraço fraterno. Sarah
ResponderExcluirObrigada pelo apoio Sarah... Pode cimpartilhar avontade. Se possível me aceita como amiga no Facebook. Vou te indicar pra uma mãe te add. Conte comigo nessa luta.
ExcluirOi Mariah, sei muito bem pelo que você passa, tenho sofrido junto com meu filho que também foi diagnosticado esquizofrênico. Minha maior preocupação e dor é ver sua tristeza profunda, ele não consegui encontrar alegria em nada, não consegui fazer amigos, então vamos nos sentindo cada vez mais excluidos do mundo. Tenho fé e acredito que com o Pai Maior e com o meu amor vamos superar todas as dificuldades! Te desejo força e paz, fique com Deus!
ResponderExcluirObrigada, não desista ebpeça pra ele não desistir por mais sofrido que seja, creio que ele vai descobrir o que gosta de fazer e vai realizar com alegria. Cada um tem um dom e ele vai descobri no tempo certo o dele. Abraços e precisando é só chamar.
ExcluirOlá à todos, Mariah, primeiramente gostaria de agradecê-la pela gesto, são depoimentos como o seu que nos permitem, como pesquisadores no assunto, conhecer cada dia mais e melhor os efeitos devastadores das doenças Psiquiátricas. Gostaria de lembrar que, cada Caso é um Caso, que o tratamento começa com a mudança de hábitos, o comportamento é fundamental no ‘Tratamento’, desde uma boa noite de sono até atividades físicas regulares. Depois a Fé, independentemente da Religião e então a Ética, é o conjunto de pequenas coisas que nos permitirá viver um dia de cada vez, para então termos condições mínimas de buscar o tratamento Médico e o ‘Alternativo’, como Medicina Chinesa e outras terapias que igualmente a primeira são valiosas ao Longo do tempo, como a exemplo do Qi Kung e da Yoga que trabalham o corpo e a mente. Finalmente somente o ‘Repouso’, quero dizer, uma Vida mais restrita, dormindo cedo, se alimentando bem, e pouquíssimo stress permitirá se alcançar uma Qualidade de Vida melhor. Desejo à todos muita Felicidades e Boa Sorte! Gam Zu Le Tovah; fiquem com D’us,
ResponderExcluirObrigada pelo comentário, hoje mais estável iniciei o jiu-Jitsu e a musculação e pode acreditar ajuda muito mesmo.
Excluir