Libertação: Não Sou Bode Expiatório

Resultado de imagem para bode expiatórioDesde que me entendo por gente sempre escutei: não posso, não vou, não faço e etc; por causa da Mariah. Fui crescendo e esses argumentos mudando de forma, mas o “por causa da Mariah” sempre permaneceu lá.

Sem que eu percebesse fui me tornando responsável por decisões de terceiros, sem ao menos saber as consequências do ato e em sua maioria qual era o ato ao qual me tornava o empecilho.

Um exemplo prático foi quando um dos filhos de meus avós maternos foi morar fora do país e quis levar meus avós pra conhecer um lugar diferente e uma nova cultura, mas a resposta foi que não podiam, pois eu estava no último ano do fundamental II ou no 1º ano do ensino médio, não me recordo ao certo, e não podia perder aula e nem ficar só em casa. Sendo que não fui consultada. Nessa mesma época uma das filhas passava por uma conturbada separação matrimonial, ou seja, eu fui a desculpa, pois o real motivo era a preocupação com a filha, os netos e essa situação como um todo. Outras situações semelhantes a essa aconteceram várias vezes e fui o motivo da desculpa em 100% dos casos.

O cúmulo do absurdo foi no ano de 2010, pós a visita de um dos filhos a casa dos meus avós e em seu retorno a sua casa passou um e-mail a todos os seus irmãos mostrando fotos dos meus avós na adolescência e fotos atuais e dizendo o quanto eles estavam idosos, que não podiam mais ter preocupações. Como resposta outro diz descaradamente que eu dava muito trabalho e preocupação aos meus avós e que esse era o real motivo do envelhecimento deles. Foi ai que como resposta aos dois e-mails minha mãe numera todos os filhos e cita todas as preocupações que todos davam aos meus avós e que eu não era a responsável integral, que todos tinham sua parcela de culpa e que era um absurdo pegar uma foto da adolescência e comparar com uma atual.

Mesmo depois disso outras situações aconteceram e fui responsabilizada novamente, casei em março de 2012 e em julho minha avó depois de uma queda abriu um quadro depressivo e em seguida gástrico, foi ai que o que era velado ficou explicito onde um dos oito era objetivo e dizia: “a culpa não é sua, mas depois que você casou que a mamãe ficou assim”.

Outras situações semelhantes aconteceram milhões de vezes, sempre fui à desculpa por tudo que não dava certo. Ao iniciar a psicoterapia esses momentos ficaram nítidos e claros pra mim e ficou mais claro ainda que eu não era a responsável pelo que acontecia e nem pelo que aconteceu no passado, e que eu teria que tomar uma decisão: continuar sendo o “bode expiatório” ou me livrar desse “fardo” que não era meu e impedir que novas situações acontecessem e que eu não seria a desculpa. Foi ai que resolvi me afastar dos meus familiares tóxicos e que tentam me culpar por tudo de errado que acontece em suas vidas e na da família em geral.

Saindo do ambiente familiar passei por situações semelhantes na igreja; quando adolescente tinha algumas amizades que tinham envolvimentos homossexuais e alguns lideres que não concordavam com tal prática colocavam como se eu compactuasse ou até induzisse a tal comportamento, mas como eu poderia ser responsável pelo desejo e atração do outro?! A uns três anos atrás por falta de entendimento de algumas pessoas de um  grupo jovem fui acusada de brigar e até arrumar confusão em um momento de adoração onde dei prioridade a Santa Missa. Fui acusada de abandonar um grupo por simples capricho.

A imagem pode conter: 1 pessoaMinha Amiga Andreia e meu psicólogo sempre me mostraram que eu não era o bode expiatório e foi ai que comecei a entender que só eu poderia me tirar desse lugar que me foi imposto. Hoje não permito que me coloquem nesse lugar e nem me sinto responsável pelo fracasso dos outros.  As pessoas tem que aprender a ser responsáveis pelos seus atos e não culpar a terceiros pelo que elas não foram capazes de realizar.

Portanto que fique bem claro que não aceito e não permito que me culpem por atitudes e ações que não são minhas. E que fique claro: toda ação tem uma reação, você colhe o que planta; então não sou quebra galho nem cão vira-lata que só participa quando ocorre interesse. Não sou bode expiatório.

Comentários

  1. Certíssima. Parabéns. Eu gostei muito do texto.

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    1. Obrigada Narci, temos que sair da Faixa de Gaza e sair da nossa zona de conforto. Não somos coitados e a doença não nos define.

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