A importância do esporte na vida de quem sofre com algum transtorno mental...
Desde
pequena sempre fui alucinada por esporte, durante minha primeira infância andava
muito de bicicleta, corria e andava de patins. Ao vir morar em Teresópolis aos
6 anos aprendi a amar esportes coletivos como futebol (que foi uma das minhas
maiores paixões até meados da minha adolescência), queimado, basquete e
handebol. Pratiquei também natação, ballet (não era fã e a roupa me incomodava
muito e não tinha a menor aptidão) e tênis (não levava o menor jeito pra coisa,
mas até que me esforcei). Só que aos 20 anos em 2005 fui apresentada ao melhor
dos esportes que já pratiquei o Jiu-Jitsu, com ele aprendi a ter disciplina e a
respeitar hierarquia, só que por vários motivos parei de praticar, entretanto a
semente tinha sido plantada em terra fértil e mesmo ficando muitos anos sem
praticar e ter praticado por pouco tempo sempre tive muito amor por esse
esporte.
Em
2012 após uma crise psicótica aguda (com uma tentativa de suicídio) voltei a treinar
novamente, só que não consegui dar sequencia, acredito que até por causa da
esquizofrenia que ainda não era tratada corretamente.
Fiquei
sem praticar esportes de novembro de 2012 até final de março de 2017. Acredito
que pelo fato da falta de estabilidade do quadro psiquiátrico e da falta de
iniciativa. Só que em junho de 2016 iniciei o tratamento com o novo psicólogo,
com nova endocrinologista que me incentivaram a procurar outra opinião psiquiátrica
e com a mudança do tratamento e a perda do meu avô Tarcisio no inicio de 2016
abri um quadro de compulsão alimentar e de falta de ânimo (sintoma negativo ao
qual o antipsicótico não atua), os sintomas positivos melhoram
consideravelmente só que eu engordei muito e em 12 de novembro de 2016 minha
amada vó Mazé cai e fratura fêmur e úmero direito e o ambiente de hostilidade
fica generalizado na casa dela e eu em 30 de novembro sou internada por um
quadro inicial de asma aguda e descobrimos por causa de uma baixa de saturação de
oxigênio um derrame pleural bilateral onde me custou uso de antibiótico forte e
dosagens altas de corticoides venosos. Eu que já tinha engordado muito engordei
ainda mais e edemaciei.
Meu
psicólogo desde o principio me incentivava a voltar a praticar esporte e foi ai
que em abril iniciei a musculação só que ela só não me ajudava e foi ai que em
agosto de 2017 voltei ao jiu-jitsu e junto com a equipe multidisciplinar que me
acompanha os professores da academia e os do jiu-jitsu tenho conseguido perder
peso com saúde, manter a esquizofrenia sob controle e superar grandes desafios
como lidar com pessoas que não conheço mantendo um convívio social adequado.
O
esporte tem me ajudado a ser uma pessoa mais saudável e a vencer barreiras.
Agradeço a Deus todos os dias pelas pessoas maravilhosas que o jiu-jitsu me fez
conhecer e por ter me ajudado a vencer meus medos e meus limites. Nesse último
dia 15 de dezembro consegui dar um passo a frente no esporte que amo, onde num
ambiente com mais de 50 pessoas fiquei longe do meu marido e consegui sem medo participar
da graduação e conviver saudavelmente com muitas pessoas que nem eu conheço.
Tenho
hoje em minha rotina um convívio saudável em uma academia cheia onde faço
musculação e numa academia de jiu-jitsu onde vou só sem a segurança de estar
junto com o Rafa.
Obrigada
aos profissionais da academia RV fitness e ao mestre Tony e a todos os
professores da Pitbull pela dedicação e compreensão com meu tratamento.
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