A perda e a Esquizofrenia
Essa
semana foi pra mim muito dolorida. Isso pelo simples fato de que uma das
pessoas a quem eu mais amo foi pra casa do Pai. Eu estou me vendo só, sem a
minha melhor amiga, companheira e confidente a quem muito me ensinou: a ser
esposa, fazer comida, cristã, dar valor a quem nos trata bem, a ajudar a quem
precisa sem espera nada em troca, a silenciar mesmo quando a vontade era de
gritar ou matar um, a ter paciência de enfrentar o falecimento do meu avô e de
cuidar da minha vó Mazé (que por estar muito idosa com alzheimer não pode me dar
a assistência que ela me deu a vida toda, os papeis se inverteram) e o
principal a enfrentar a esquizofrenia de cara limpa sem me esconder dos outros
ou de me achar pior que o resto da sociedade.
Sempre
admirei a garra e a dedicação de tia Maria em se superar e de auxiliar a quem
estivesse precisando, sem fazer alarde. Ela a cada novo dia nos mostrava que ter
fé era se jogar no escuro e encarar os obstáculos acreditando no sobrenatural de Deus e Nossa senhora Aparecida.
Eu
poderia aqui citar várias situações, só que não é esse o objetivo do texto dessa
semana. O objetivo desse texto é mostrar o quanto as pessoas são especiais e em
muitos casos não damos a elas o valor desejado.
Nunca
tia Maria olhou pra mim com pena ou me ridicularizando, ela sempre olhou pra
mim e disse vai e faz, você é capaz, e, como não se não tentou! Ela me ajudou a
cuidar da minha vó Mazé.
Vi-me
nessa semana tendo que ser forte como rocha pra ajudar a Daniel, Andreia e Marcelo.
Tenho toda certeza que essa força e coragem vieram dela, foi ela que chegou lá
no céu causando um reboliço e nos ajudando a ser fortes e nos mostrando
categoricamente de que ela está bem e ao lado de Deus.
Desde
a hora que a levamos pro hospital senti que teríamos que ser muito fortes, pois
o quadro dela era muito grave. Durante esses dias ela me ensinou a ter zelo e a
amar incondicionalmente como uma mãe ama.
Eu
e Rafa essa semana conversamos muito e um dos assuntos é o amor e carinho que
temos pelo Daniel, fora o fato dele ser bem parecido com o Rafa. Atingimos a
paternidade, não completa, mas parcial com o carinho, amor e zelo que temos por
ele. Vocês podem perguntar mais por que parcial, simplesmente pelo fato dele
não morar com a gente em nossa casa.
A perda de tia Maria e de tantos outros entes queridos neste último ano me fizeram pensar sobre como reagir no momento de sofrimento. Qualquer um, são ou doente, na hora da perda somos cometidos por emoções singulares, como que se estivesse arrancando de mim uma parte e levando com ela. Na minha cabeça, chego a pensar que estão fazendo isso para que eu sofra ainda mais, porém percebo o quanto cada um cumpriu sua missão, fico em paz, tranquila, e em especial, reconfortada de ter ficado próxima de tantas pessoas.
Eu
me vi essa semana como uma rocha com o coração dilacerado pela perda e ausência
da minha mãe do coração: tia Maria.
Lindo texto, porém saudoso e doloroso...
ResponderExcluirTia Maria deixou saudades!
Obrigada por ter lido o texto. Ela não só deixou saudades como levou um pedaço de mim com ela.
ExcluirQueridos amigos, meus sentimentos! Que o Espírito Santo de Deus , console o coração de vocês e de toda a família.Beijo no coração!
ResponderExcluirAnna Cristina muito obrigada pelo carinho. Um pedaço de mim foi carregado com ela.
ExcluirQue Deus conforte o seu coração e você possa prosseguir firme nessa caminhada que Deus te abençõe
ResponderExcluirObrigada pelo carinho. Dói mais temos que tocar a vida.
ExcluirSaudades ! Era uma pessoa muito boa ! Dia desses vi o nome dela na agenda , seria o dia da consulta.... dá um aperto , né ?
ResponderExcluirCris nem me fala, agora com a chegada do Gabriel me pego muitas vezes pensando em o que ela ia me dizer pra fazer. A saudade só alimenta mais creio na ressurreição e ela está na casa do Pai.
Excluir